quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Minha Cara d'Anjo

Sei bem o que significa aturar palavras insuportáveis que saem da tua boca como se tratasse do próprio ar que respiraste e oxigenou teu corpo.

Tantos episódios que poderia contar que parecem ouriços prontos a espetar a qualquer momento e que por tua vontade foram concretizados.

És um miserável. Usas as palavras como quem dá patadas, como quem maltrata a vida...

Ergues essa voz e o que ouço são ganidos de alguém que foi abandonado e sofre represálias por sentir tais sentimentos de abandono. És fraco. Choramingas a vida que te corre pelas mãos com tanta suavidade. És um malvado.

Lamentas, fazes troça dos que te rodeiam...

Há muito deixaste de respirar energia...

Já não tens fé, não acreditas mais que a vida pode ser aquilo que tu queres. Não aproveitas as oportunidades que te concedem porque tens fúria em pensar que foram outros que te concederam e isso fere o teu ego, o teu orgulho de conquistador.

Vais sofrer o resto do caminho que tens para percorrer porque não sabes andar. Corres sobre a poeira. Bem feito. Arfa. Geme… Quero lá eu saber!!

Tropeças na tua vaidade insolente. Já nem a tua boa figura te safa dessa arrogância transposta em cada gesto, movimento que fazes, articulas.

Já não te posso…

Mas amo-te por desespero da minha alma… que só baila quando irrompes com essa melodia do teu olhar, com esse sorriso lindo. Minha cara d’Anjo…

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Rio

Deixa o rio correr para o mar, sabe-se lá por que sítios nos leva, para que portos nos transporta...

Portos-seguros...

Portos-perigosos...

Portos-escaldantes...

Portos-suaves...

Portos de passagem...

O importante é fazer a viagem.
Senti-la...
Vive-la...

Sentir cada pedra do leito, apreciar cada paisagem, sentir cada aroma, absorver cada cor. Tocar em cada forma, agarrar as correntes, descer os rápidos, flutuar em cada praia. Reflectir cada raio de sol, suspirar por todas as gotas evaporadas e por todas que a chuva irá trazer...

Demonstrar a nossa força, a nossa forma em cada pedaço que atravessamos...

É um percurso longo, desgastante e muitas vezes mutilador, mas por outro lado, é ele que define a nossa personalidade, a nossa essência.
Traçamos a nossa própria superfície, a nossa base de sustentação e por cada passagem, por cada paragem enchemos o nosso coração. Transportamos memórias, decalcamos os sentimentos vezes sem conta, trilhamos o nosso percurso. Cruzamos-nos com novas formas de vida, espreitamos novas texturas, fixamos novas metas. Abrimos mundos secretos e esperamos encontrar terra firme quando ao longe se avista uma terrível tempestade que afinal não é mais que um novo impulso na corrente da vida... uma tatuagem de um momento vivido com sofrimento mas com muita dignidade e esperança. Um retrato de nós mesmos, das nossas fraquezas, das nossas fantasias, dos nossos sonhos. Uma imagem que se crava para além da epiderme e da derme, que chega bem fundo no peito. Uma imagem que não se apaga, que ninguém apaga. Imagem que não desaparece, apenas se transforma, se deforma, se contrai ou expande... A imagem da nossa existência reflectida nas águas cristalinas do rio.

É o nosso rosto, o nosso corpo, a nossa alma, e por fim percebo!! Este rio sou eu, és tu que te cruzas com ele, ou outro alguém com quem ainda me irei cruzar...

Eu corro para encontrar o mar, a calma a paz de espírito, a segurança, a felicidade. Para apanhar novas correntes. Para percorrer novas rotas. Viajar. Sorrir. Descobrir. Corro por mim e para mim. Corro para viver e vivi para correr.

Por isso, sim por tudo isto, deixa o rio correr para o mar, sabe-se lá por que sítios nos leva, para que portos nos transporta...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Interferências na comunicação

A distinção entre mulher e homem vai muito além de uma diferença de géneros e de um acentuado dimorfismo sexual. Separam-nos diferenças culturais, sociais e até mesmo linguísticas. Diferenças marcadas que mesmo assim não nos impedem de tentar compreender e alcançar o outro....
Uma luta interminável, mas necessária.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Indefinição

Amar é estar em constante confronto com tudo. Não é ter sossego. Não é ter paz. É arriscar, perder o juízo. Fugir sem destino. Estar em constante sobressalto. Confiar desconfiando. Ter segundo a segundo o coração nas mãos. Cometer loucuras. Improvisar. Rir. Chorar. Gritar. Berrar. Gargalhar. Fechar os olhos e acreditar. Começar. Acabar. Recomeçar. Amar é amor. É sentir. É fazer sentir. Tocar. Beijar. Odiar em segundos. Amar é ter amor para dar e tirar. É escolher. É gostar. É desejar sem ter. É ter desejado. Desejo. Apreciar e escolher. Paixão. Sentir afecto. Amar de alma. Amar de coração. Sexo. Ser imprudente. Monopolizar alguém. Ser monopolizado. Voar. Cair. Levantar. Dominar e ser dominado. Exceder. Possuir ardentemente. Afecto. Entusiasmar. Vício descontrolado. Alucinar. Sofrer. Magoar. Esperar tudo e nada. Dizer adeus. Dizer olá. Pedir desculpa. Pedir e distribuir atenção. É bem-estar. Mimar. Ser autêntico. Amar é crer no amor. Perdoar. Entregar a alma e o corpo. Criticar e ser criticado. Experimentar. Sentir medo, pavor, terror. Esquecer. Projectar o futuro. Recear o presente. Esquecer o passado. Sentir saudades. Amar é passar noites em branco. Amar é passar noites acompanhado. Partilhar. Ficar louco. Construir. Re-construir. Destruir. Estruturar. Vivenciar. Deixar-se levar. Acompanhar. Despertar. Felicidade. Sorrir. Aquecer. Suavidade. Sensualidade. Moldar. Amar é fogo. Afeição. Satisfação. Libido. Apetite. Atracção. Compaixão. Gostar muito. Amar platonicamente. Amar pragmaticamente. Romance. Altruísmo. Generosidade. Completar. Ser prolongamento de outro. Satisfazer. Não esperar nada em troca. Amar é necessidade. Obsessão. Intensidade. Transe. Transcender. Amar é tolerar. É zelar. Sentir empatia. Cumplicidade. Ser íntimo. Mistério. Amar é alimentar a alma. É vida.

Amar é... (agora é a tua vez)

domingo, 6 de janeiro de 2008

O papel da tua vida!

Nos dias que correm a vida é muitas vezes encarada como uma peça de teatro, mas uma daquelas peças bastante artificiais...

A materialidade é encarada como objectivo absoluto para muitos, parece que vivemos numa história de falsidades, fingimentos, traições... parece que vivemos numa história sem valores...

As coisas até decorrem com determinada ordem quando as vontades do homem são satisfeitas, o problema reside essencialmente quando existe conflito de interesses. Transformamo-nos em autênticos bichos a lutar pela sobrevivência!! até onde vai a nossa irracionalidade.. Até que ponto é uma luta pela sobrevivência? Que forma doentia é esta de estar no mundo em que os bens materiais são encarados como a forma mais fácil de nos mostrarmos aos outros, mas... a menos inteligente! Que seres somos nós que perante sentimentos tão nobres nos moldamos e caímos em falsos moralismos?

Somos seres repletos de fraquezas, seres solitários. Seres que nem sempre estão dispostos a andar em uníssono com o seu semelhante, porque só podemos conquistar o nosso semelhante quando baixamos a nossa guarda e nos apresentamos despidos e sem preconceitos, na esperança que o outro confie em nós e nos mostre a sua alma, os seus medos.. quando nos tornamos vulneráveis.

Entramos então noutra história, em que os actores são os mesmos mas as motivações vão para além do conhecimento superficial, o politicamente correcto. E aqui está a verdadeira e extraordinária essência do homem.

Aquele que sem interesse é capaz de actos heróicos, aquele que se sente complacentemente orgulhoso do sucesso dos que o rodeiam, o que é capaz de estender a mão e ver no outro a sua continuação, o seu complemento, o seu prolongamento...

Nesta fase do texto tomamos consciência da profundidade da natureza humana que se traduz em relações de tanto contraste... e de quão frágeis somos por vivermos numa sociedade mascarada. Numa sociedade em que o grande desafio está em conseguir descobrir as pessoas que estão por debaixo dessa máscara.

Somos nós que fazemos a sociedade em que vivemos e por isso, cabe-nos a nós tentar alterá-la nem que seja através de pequenos gestos...

Disposto a um pequeno gesto?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Sidaction

Gostas da Vida? E de Amor? Sentes-te com sorte hoje?

A nossa vida não necessita de ser uma corrida contra o tempo... Podemos e devemos aproveitar todos os seus prazeres, sem que com isso façamos parte do grupo dos "10 secondes".

Vive, Ama, mas não te deixes à sorte...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Alento Vital

Mais uma página que se vira e nem por isso vai ser deixada em branco... o livro ainda agora começou a ser escrito e as aventuras já se esperam...
Neste ano que se inicia damos um novo sentido ás nossas vidas... ou tentamos! Traçamos novos objectivos e muitas vezes aperfeiçoamos os caminhos já percorridos. Decalcamos um e outro desejo do passado, por forma a tornar o nosso futuro um pouco mais risonho. Uma nova gota de esperança num mar cheio de emoções e de vida. A minha, a tua...
A vida de quem num passar de segundos crê que pode ser melhor, que pode ter um sonho na mão. A vida de quem num passar de segundos acredita que viver vale sempre a pena...
É o sonho da conquista, do triunfo e, porque não, o sonho da glória!!
Não é por acaso que escolhemos os melhores, os mais queridos, os mais importantes para estarem a nosso lado nesta passagem de renovações. Porque é isso mesmo... uma renovação. Um novo estado de espírito ainda que temporário... Breves momentos em que acreditamos que tudo é possível... em que acreditamos que com aqueles que nos rodeiam tudo se vai tornar mais fácil. E que com eles vamos finalmente sorrir.
Mas de facto estes momentos não são assim tão breves... recordemos os momentos de maior aflição, em que achamos que os nossos objectivos não fazem sentido... como é que tudo se tornou mais fácil? Com a presença de pessoas excepcionalmente especiais na nossa vida que nos acalentam a alma e nos limpam as lágrimas, que nos falam de forma sincera, que nos mostram novas alternativas, que nos escutam, que nos cobram o melhor, que sentem connosco, que são parte de nós!
Para estes, para os poucos que farão parte deste grupo restrito e para ti, um fantástico 2008!!
E aqui fica o nosso primeiro sentido...