quinta-feira, 31 de julho de 2008

Querida Ana:

"Ouço o relógio… ainda chove – como detesto a chuva nesta altura do ano. Olho as formas brilhantes com toque suave que propagam aquele aroma a baunilha por este que é o meu refúgio. Reparo também nesta minha sombra trémula sarapintada no chão. Avanço até ela mas esta afasta-se à mesma velocidade… volto à minha posição inicial e começo uma viagem onde a minha vista e mente percorrem um aprazível túnel de memórias. Dou de frente com a tua lembrança, com momentos nossos que serpenteiam pelos meus pensamentos. Numa tela poderia pincelar estes momentos com infinitos raios de sol que ferem cada sombra com o seu brilho.

Lembras como gargalhamos? É um som heterogéneo que faz fervilhar as nossas vidas e contagia qualquer tipo de forma viva que nos cerque. E lembras porquê? Sim. Porque são expressões sinceras de quem acredita, de quem sente a verdadeira amizade. Passa mais um momento, outro, mais um, tantos… meu Deus como esboço tantos sorrisos! -sigo cada um deles com este meu olhar imperturbável.

A minha sombra ainda permanece trémula neste chão frio, contudo lentamente sinto que posso contar sempre com a tua a seu lado… quantas vezes varreram elas em “unum” as barreiras físicas deste mundo cruel que nos envolve! Não consigo parar este filme que passa na minha cabeça por mais que me esforce e da mesma maneira não consigo impedir as lágrimas que trazem ainda mais alegria a este rosto de imperfeições.

Com ternura guardarei cada palavra doce, o perfume do teu olhar, com ternura vou sempre guardar-te porque te sinto muito embora nem sempre te veja. Tem sempre presente que não vais nunca precisar ver os meus gestos esboçados com precisão como prova de qualquer coisa… e sabes porquê? Porque vais sempre ter este sentimento que professo por ti, este sentimento de forma indistinta e sem dimensão de tão imenso que é.

Não vou mais proclamar com riscos aquilo que vou sempre preferir demonstrar através de outras formas expressivas.

Te.gosto.te

Com ternura, Vanda Amador"

sábado, 26 de julho de 2008

Memórias no Tempo**

Quando apago a luz e tento dormir, sinto as ondas que irrompem o quarto soprando-me ao ouvido aqueles sons que me fazem respirar fundo… penso que seja por haver dias como os deste mês, onde o conhecimento esperado se transforma em nostalgia de tempos que foram…

sexta-feira, 11 de julho de 2008